O Dia do Orgulho LGBTI+ continua importante: 10 motivos
Hoje (28) é o Dia Internacional do Orgulho LGBTI+, e, se não fosse a pandemia, em diversos lugares ao redor do mundo estariam acontecendo paradas LGBTI+ para relembrar o marcante fato ocorrido há 51 anos e conhecido como “Rebelião de Stonewall”.
Porque falamos ainda nos dias de hoje de orgulho LGBTI+? A verdade é que o Orgulho LGBT tem sua importância por conta de uma história de lutas e de preconceitos.
É por isso que, hoje, lutar contra a discriminação da comunidade LGBTI+ não é uma causa exclusiva das lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, intersexuais e todas as outras pessoas que fazem parte da sopa de letrinhas da diversidade sexual e de gênero. Essa é uma luta coletiva, e por isso que o Evangelicxs pela Diversidade e a Plataforma Intersecções lançou em junho deste ano a campanha #FéNaDiversidade, para que todes possam reconhecer a dignidade de pessoas LGBTI+ e afirmar o amor de Deus a todas as pessoas.
Elencamos 10 motivos pelos quais o Dia do Orgulho LGBTI+ segue sendo importante atualmente:
1) “LGBTI+ vão para o inferno”
Ser LGBTI+ é condenado e considerado pecado por várias religiões. Alguns religiosos, inclusive, criaram programas de conversão de héteros e também expressam o discursos de que os LGBTI+ são uma aberração e que são contra a natureza divina. Por isso, quando vozes de importantes lideranças religiosas se erguem em favor dos LGBTI+, dizendo que os gays merecem um pedido de perdão, a gente respira um pouco aliviado e acredita que ainda pode existir fé e espiritualidade sem que haja intolerância ao diferente.
2) “LGBTI+ precisam ser curados”
Um projeto de “Cura Gay” (ou “auxiliar a mudança da orientação sexual, deixando o paciente de ser homossexual para ser heterossexual, desde que corresponda ao seu desejo”) da Câmara dos Deputados seguia trâmites para aprovação até 2019, quando finalmente foi arquivado. Existem, ainda hoje, psicólogos e psiquiatras que ainda atuam tentando tratar a homossexualidade, ainda que em 1990 a Organização Mundial de Saúde tenha retirado o homossexualismo (termo usado na época) do CID – Código Internacional de Doenças.
Além de ir na contramão do que as ciências psi consideram como transtorno mental, o projeto de cura gay é inútil. O profissional de psicologia pode sim ajudar o paciente que não aceita ou não convive bem com sua sexualidade, no sentido de permitir que o indivíduo aceite sua sexualidade e pare de se condenar e de se reprimir.
3) LGBTI+ sofrem violência
O Brasil é um dos países em que o índice de violência contra pessoas LGBTI+ é mais alto no mundo, segundo o relatório do GGB – Grupo Gay da Bahia do ano passado e outros relatórios.
4) LGBTI+ são discriminados nas próprias famílias
Muitas pessoas LGBTI+ cresceram, ou ainda crescem, sem poder sequer revelar QUEM SÃO dentro de suas próprias casas. Alguns ainda correm o risco de ser expulsos de casa ao revelarem a sua sexualidade. Será que algum hétero foi expulso de casa ao “revelar” aos pais que era heterossexual?
5) LGBTI+ sofrem no ambiente escolar
A LGBTfobia está presente na vida das pessoas LGBTI+ desde a fase escolar. Estudantes LGBTI+ convivem diariamente com piadinhas e até mesmo agressões por se expressarem fora dos padrões cis-heteronormativos.
6) LGBTI+ sofrem preconceito no ambiente profissional
No ambiente profissional, diversos trabalhadores tem dificuldade de se inserir ou se inserem num ambiente extremamente agressivo no qual ouvem ofensas e são alvos de atitudes discriminatórias por seus superiores e colegas de trabalho.
7) LGBTI+ são alvos de crimes na internet
É constante o discurso de ódio, ataques, ameaças e fake news voltados a pessoas LGBTI+ no ambiente virtual.
8) Ainda hoje ser LGBTI+ é crime em alguns países
A 13ª edição do estudo “Homofobia Patrocinada pelo Estado”, divulgado no ano passado pela ILGA (Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Intersexuais), aponta que, em todo o mundo, 70 países ainda tratam relações homoafetivas como crime.
9) LGBTI+ são boicotados
Mesmo a representatividade de pessoas LGBTI+ na comunicação sendo pequena, é comum ouvirmos falar de boicotes a empresas que lançaram campanhas favoráveis à causa. Porém, ultimamente, a lista de empresas que se manifesta a favor da igualdade sexual e de gênero tem aumentado a despeito de movimentos de consumidores contra.
10) Até pouco tempo, LGBTI+ eram impossibilitados de formarem famílias no Brasil
Não faz muito tempo que o casamento igualitário foi finalmente aprovado no país. Em 16 de maio de 2015 o Conselho Nacional de Justiça determinou que nenhum cartório do país pode “recusar a celebração de casamentos civis de casais do mesmo sexo ou deixar de converter em casamento a união estável homoafetiva”.
Assim estabelece a Resolução n. 175, de 14 de maio de 2013, aprovada durante a 169ª Sessão Plenária do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Por todos esses e outros motivos, manifestar o orgulho LGBTI+ é uma forma de falar NÃO para todos esses discursos e práticas, e também dar suporte a toda comunidade LGBTI+ diante de uma sociedade lgbtfóbica.
E o Dia Internacional do Orgulho LGBTI+ ainda é muito importante e está aí, para que todas as nossas vozes sejam ouvidas. Com muito orgulho de ser quem a gente é.
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