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Carta de amor ao meu inimigo
Convite ao arrependimento
Meu querido inimigo,
Jesus mandou amar os inimigos, mas você é desafio grande demais para mim. Afinal, não é fácil amar o capitão que esmaga o meu pescoço com o coturno, porque você, Bolsonaro, é o meu opressor.
Você é meu inimigo, não por escolha minha, mas porque você é o inimigo de tudo e de todas que me representam: da justiça, da igualdade, da paz, do amor, e das sem-terra, sem-teto, sem-pão e sem direitos. Sempre lutei ao lado delas, e eu sou um pastor evangélico.
Escrevo esse texto, como uma oração, tentando opor um tom de voz gentil a toda a sua vociferação. E veja bem, um amigo meu, do qual você também é inimigo, Paulo Freire, me adverte que a única forma de se amar um opressor é ajudá-lo a se livrar de sua atitude opressora.
Então, queria lhe pedir, diante do amor do Pai, duas coisas:
Primeiro, desista de todo o seu discurso misógino, racista, homofóbico, violento, e de toda morte que você espalha em suas palavras e projetos.
Segundo, desista de sua candidatura. Já pensou se você ganha? Você vai ser humilhado. Porque você sabe que não tem experiência administrativa, nem poder de articulação e negociação.
Em trinta anos de legislatura, você não demonstrou nenhuma capacidade criativa e tudo que você apoiou é contra os direitos dos trabalhadores e das que sofrem.
Então, meu querido inimigo, se arrependa. Arrependimento vem de uma palavra grega, metanoia, e significa mudança de mente e de atitude.
Arrependa-se, portanto, de ser opressor e de ser candidato. Eu lhe garanto que será muito bom, tanto para o Brasil quanto para você.
No aprendizado do amor
Marcos Monteiro, pastor batista.
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