Carta pastoral da IECLB: basta de brutalidade
“Não consigo respirar”, a súplica do negro George Floyd morto pela polícia de Minneapolis, nos Estados Unidos, “também é o grito de muit@s de nós”, diz carta pastoral da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) divulgada na segunda-feira, 15.
“Não dá mais para seguir a brutalidade, a insensatez e a ganância. Neste momento, é necessário ratificar a defesa da democracia como forma de organização social capaz de defender a vida, a liberdade de expressão, os direitos”, defendem @s luteran@s.
Além da pandemia do covid-19, a carta pastoral assinada pela presidenta e pelos dois vice presidentes da IECLB, aponta “outros graves problemas”, como a violência doméstica, o racismo, a existência de grupos que disseminam mentiras, violência, ódio e defendem a ditadura.
“Deus conhece os pensamentos daquelas pessoas e dos grupos que tramam o mal e tentam disfarçá-lo”, admoestam na carta pastoral. Muitas vezes, reconhece a liderança da igreja, “nos deixamos conduzir pelo mal e pela insensatez. O pecado não permite que respiremos”. Mas ela também confia no perdão de Deus, que “nos traz de volta para a vida” e ativa “em nós o cuidado, a inclusão, a justiça, o amor, a paz”.
Mesmo adentrando no quarto mês de “quarentena”, com os templos vazios, e apesar da grave situação, “em nenhum momento deixamos de ser Igreja”. A Palavra de Deus foi pregada, ensinada, comunicada. “Orações, louvores súplicas e lamentos cruzaram territórios. Dores foram repartidas, alegrias compartilhadas, sabedorias disseminadas”, menciona a carta pastoral.
De Deus, enfatiza o texto, vem a força para enfrentar e superar este período de dificuldades. “O desejo de um novo tempo não é um ideal humanos, mas promessa divina”, da qual é possível participar “como nossos pensamentos e ações”.
* Reportagem do jornalista Edelberto Behs, para o IHU Online.