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Jubileu de 50 anos da Tearfund é celebrado no sertão da Paraíba
O ano é 1960. A Guerra Fria está em pleno andamento e John Kennedy é eleito presidente dos Estados Unidos. Neste mesmo ano 40 milhões de pessoas em todo o mundo se encontram na situação de refugiados por guerra ou desastre. O rastro do sofrimento ao redor do globo gera faíscas espontâneas de compaixão entre os cristãos do Reino Unido. Muitas pessoas enviam dinheiro para a Aliança Evangélica (EA), que, até então, não estava envolvida em nenhum tipo de trabalho de desenvolvimento. O dinheiro arrecadado é enviado para agências evangélicas que já cuidavam das necessidades dos refugiados alojados em diferentes partes do globo.
Em 1967, George Hoffman é contratado para desenvolver o trabalho mais a fundo. Então, em 29 de maio de 1968, George e membros do Comitê do Fundo de Alívio da Aliança Evangélica se reúnem pela primeira vez. Eles decidem aliar a compaixão cristã à ação prática no trabalho deste fundo. Juntos, eles rapidamente estabelecem uma visão para a nova organização chamada Tearfund: uma compreensão radical do Evangelho como uma boa notícia para os pobres, com ênfase em suas necessidades físicas e espirituais. O trabalho tomou corpo e logo se estendeu por 52 países, entre eles o Brasil.
A escolha do sertão paraibano como sede da celebração está diretamente ligada à história da Tearfund em solo brasileiro já que foi em um pequeno sítio em Caruá que há 28 anos foi perfurado um poço que marcou o início do trabalho da ONG no Brasil. “Naquele poço que salvou vidas se começou a refletir a partir da palavra de Deus sobre a realidade vivenciada pelas pessoas daquela região”, lembrou o representante da Tearfund Brasil, Serguem Silva.
Serguem destacou ainda duas marcas do trabalho da Tearfund: a oração e o serviço em parceria com as igrejas locais. “Somos uma organização movida pela oração. Oramos a todo o tempo porque nosso trabalho e ministério é movido pelo Espírito de Deus. Nós não temos uma estrutura grande como outras organizações porque a maneira como operamos é com e através da igreja local, a igreja é quem faz”.
“Tearfund para mim representa um povo que traz o choro da comunhão para um povo que chora sozinho”. Ao explicar o significado de Tearfund (fundo de lágrimas) o pastor da Primeira Igreja Evangélica Quadrangular de Manaus, Laurence Martins, compartilhou com os presentes o que, para ele, representa o trabalho da ONG em um país continental com desafios tão diversificados como o Brasil, a começar pela própria região amazônica com todas as peculiaridades que lhe são características.
A palavra de Valdir, baseada nos textos de Lucas 10 e de Marcos 3:13-19, ressaltou o chamado dos discípulos para serem de Jesus, permanecerem com Jesus, serem embaixadores da paz de Jesus, lembrando a cada dia quem é o Senhor da Missão e de que sem Ele nada somos ou temos. “Somos chamados por Deus para pertencer a Ele e pertencer a Deus é a semente da nossa vida, é o fôlego da nossa existência […].O povo de Deus não é chamado para machucar. O povo de Deus é chamado para anunciar paz. A igreja é o sorriso de Deus em um mundo dividido, machucado e cansado […]. A igreja só sabe aquilo que recebe de Deus. Tudo o que nós temos nós recebemos. Nós dependemos de Deus assim como dependemos do ar para viver.”