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Direitos Humanos 70 Anos – Artigo 3 – “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância.” (Jo 10,10b)

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Direitos Humanos 70 Anos – Artigo 3 – “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância.” (Jo 10,10b)

Rebecca Nunn*

Como é maravilhoso o privilégio que Deus nos dá de participar na criação de uma nova vida. Nós podemos gestar, parir, alimentar, cuidar e amar um ser humano desde seu nascimento. Em sua soberania Deus cria a vida e é dEle o poder de tirá-la. Atualmente, a maioria das pessoas concorda com o mandamento bíblico “não matarás”, faz parte da nossa consciência moral. Matar é errado. Porém como cristãos somos chamados a ir além disso. Somos chamados a defender o direito à vida.

Cristo nos ensina que todos os mandamentos bíblicos, inclusive não matarás, se resumem neste preceito: “ame o seu próximo como a si mesmo” (Mt 22:37-40). A pergunta permanece: quem é seu próximo?

Sendo cristãos como podemos não nos mobilizar ao saber que o Brasil é um dos países com maior número de mortes violentas no mundo? Ao saber que as principais vítimas de violência são jovens e negros? Que somos destaque também no número de mortes entre mulheres? Como podemos ficar calados ao ouvir que o número de pessoas assassinadas por conflitos no campo tem aumentado de forma exponencial nos últimos dois anos? E tantas outras situações que poderíamos mencionar.

“Da terra o sangue do seu irmão está clamando” disse o Senhor à Caim no contexto do primeiro assassinato na história da humanidade (Gn 4:8-14). Deus coloca sobre Caim um castigo severo que aponta para a gravidade do ato de matar Abel. O sangue representava a vida, o derramamento de sangue era algo sagrado, era algo que acontecia no sacrifício de animais para perdão de pecados. Acredito que precisamos continuar a compreender a seriedade do ato de tirar uma vida.

Vamos refletir sobre o princípio da igualdade no sentido que cada vida tem igual valor. Quem é este Abel? Seja morador de favela, médico, traficante, político, preto, branco, indígena, homem, mulher, criança; a vida tem a mesma importância. O contexto no qual esta vida foi tirada importa também, por isso o destaque na morte de jovens, negros, mulheres e camponeses. Deus pergunta para Caim: “Onde está seu irmão Abel?” “O que foi que você fez?”.

Poderíamos dizer que o direito à vida é o direito fundamental, pois sem vida não há motivo para declarar os outros direitos. Cristo veio para que tenhamos vida em abundância (Jo 10:10), uma vida de relacionamento com Ele, uma vida transformada por Ele. Vida em abundância espiritual, emocional, física, social e cultural para nós e para o nosso próximo. Vida que perpassa a garantia dos direitos humanos nos quais vamos refletir nestas devocionais.

Junto com o Senhor vamos buscar ouvir o clamor do sangue nesta terra. Vamos buscar saber onde está Abel. Vamos amar o nosso próximo como a nós mesmos.

Oração: Pai, o Senhor é soberano para criar a vida e tirar a vida. Somos eternamente gratos pela vida do seu filho Jesus Cristo, que nos concede a vida em abundância. Nos ensine a valorizar cada vida como o Senhor as valoriza. Nos comova com o clamor do sangue derramado em nossa terra. Nos ajude a amar o nosso próximo como a nós mesmos. Amém.

*Nutricionista e faz parte da Equipe Executiva de Paz e Esperança Brasil

A Série Direitos Humanos em Devocionais é uma iniciativa de Paz e Esperança Brasil, composta de devocionais com sugestões de leitura bíblica e de orações em diálogo com os artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos que completam 70 anos em 2018. Para mais informaçoes sobre Paz e Esperança Brasil, acesse http://www.pazesperanca.org

Paz e Esperança tem como foco oferecer atenção integral às pessoas e comunidades que têm sofrido violações diretas a seus direitos. Por meio da educação, materiais educativos, pesquisas, monitoramento, comunicação e redes Paz e Esperança Brasil promove a cultura de paz e a justiça numa realidade marcada por insegurança e violência. Inicia suas atividades na cidade do Rio de Janeiro, a partir de 2018, em meio a uma situação de intervenção federal na área de Segurança Pública, num contexto de um Estado falido que não tem conseguido atender minimamente a população em seus direitos básicos. Estes são os desafios que nos movimentam e ao quais esperamos cooperar em suas respostas.

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